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27/10/2023

Motivação e Indisciplina: Pesquisa 📝

MOTIVAÇÃO E INDISCIPLINA

 De acordo com a pesquisa realizada percebemos que  as palavras motivação e indisciplina é usada com diferentes significados. Tornando-se temática constante no âmbito escolar e tem atraído para si uma gama de pesquisadores, estudiosos que se lançam no desafio de descobrir sua gênese, bem como a solução para referido comportamento, o qual tem sido apontado como um dos fatores do baixo rendimento no aprendizado de crianças e jovens.

Pode-se falar que, no entanto a motivação e a indisciplina, tem sido tema de estudo de variados ramos do saber, principalmente da Psicologia, da Educação e seus princípios éticos. As mesmas foi objeto de estudo da Sociologia, despertando o interesse dos sociólogos, no inicio do século passado, o qual discorreu acerca da autoridade, da disciplina, da moral, em suas obras “A Educação Moral”. Assim, para motivar a criança, será preciso estabelecer regras de  responsabilidade para que se desenvolva durante a aula, alguma atividade que faça com que ela seja um líder diante de seus colegas. As regras são arbitrárias, mas a criança aceita porque gosta de jogar. Contudo, se desperta   nas crianças o espírito da disciplina construída socialmente com base em princípios que visam o bem comum ou ético,  pois toda moral repousa sobre essa regularidade. A Educação Moral é algo que se ensina e se aprende e não deve se restringir a uma aula especifica, mas deve estar presente a todo o momento, estar integrada a toda a vida escolar, pois ela é parte integrante de toda a trama da vida coletiva. O desenvolvimento moral das crianças depende da ação dos adultos, dos pais e, sobretudo dos mestres na escola ensinando assim a moral precisa, a de sua sociedade, com exemplos e modelos, formando e impondo a moral que existe. Não significa dizer que não deva explicar as suas razões de ser: mas nunca pode abrir mão de suas posições de autoridade e, por conseguinte, será severo, inflexível no que tange o respeito dos alunos pelas regras ensinadas. No entanto, se a repreensão funcionasse, a indisciplina não seria apontada como aspecto da Educação com o qual é mais difícil lidar em sala de aula. As questões ligadas com a motivação e indisciplina são da natureza humana, portanto complexas e incertas. Esse é um  ponto de partida para quem convive com o problema. Para se sair bem, é preciso estudar muito e sempre revisitar o tema.

MOTIVAÇÃO

Conhecer o significado da motivação e seus efeitos na vida humana tem sido de grande auxílio não só para a área pedagógica, mais também para diversos setores (Administrativo, comerciais, etc). Segundo o Dicionário Aurélio Ferreira (2000), Motivação significa: ato ou efeito de motivar; exposição de motivos ou causas; conjunto de fatores os quais agem entre si, e determinam a conduta de um indivíduo móvel. Desta feita, motivação é o impulso interno que eleva a ação de um ser, vontade para fazer um grande esforço, para alcançar seus objetivos, que pode ser momentâneo, do pensamento, da ação, mais que pode ser algo que se perdure ao longo do tempo. Pode-se ainda compreender o significado de motivação, e a mensagem que ela traduz, como sendo algo que impulsiona o indivíduo a agir, uma forma interna capaz de  fazer com que o homem abandone a inércia e passe a motivar-se com o intuído de alcançar o alvo proposto. Maximiniano (1997, p.204) elucida: “motivo, motivação, mover e motor são todas as palavras que tem a mesma origem e que estão associadas a mesma ideia: a palavra latina motivus, que significa aquilo que movimenta que faz andar”. A necessidade gera na vida do ser humano uma forma de motivação, e o homem faz tudo que esta ao seu alcance para que sua necessidade seja satisfeita. Neste sentido, Teles (1997, p.21) assevera: “O processo de motivação consiste no estagio motivacional no qual o indivíduo é ativado a fim de satisfazer uma necessidade”.

Motivação e necessidade estão intimamente relacionados, e tem sido tema do desenvolvimento de diversas teorias. No principio, quando estudiosos dedicaram-se ao tema, foram apresentadas no campo teórico os três modelos: o clássico, a das Relações Humanas e a dos Recursos Humanos. Novas teorias acerca da motivação do ser humano continuaram a serem desenvolvidas, aja vista o interesse da aplicação desses estudos no campo da produção do trabalhador, da administração empresarial. Com tudo, a relação motivação-necessidade atinge também o campo educacional, pois ao se trazer a luz as necessidades do aluno, como ser humano, o educador terá condições de descobrir se aquele esta pouco ou muito motivado, o que influenciara seu comportamento na sala de aula.

De acordo com Robbins: A disposição de exercer um nível elevado e permanente de esforço em favor das metas da organização, sob a condição de que o esforço seja capas de satisfazer alguma necessidade individual. A motivação geral esta relacionada com o esforço em direção a alguma meta. (Robbins 2002, p342).

Percebe-se que este autor reforça a idéia de que a motivação foi gerada pelo anseio de satisfazer uma necessidade no indivíduo, mais acrescenta que a motivação também se traduz num esforço, por qual pode ser compreendido como uma medida de intensidade. Uma pessoa motivada é também uma pessoa esforçada, persistente, perseverante. Referidos elementos são importantes para que as barreiras e dificuldades sejam vencidas e as necessidades satisfeitas. Igualmente, não basta saber que existem necessidades a serem satisfeitas, é preciso identificá-las e compreende-las.

Maslow (2002) apresentou a Hierarquia das Necessidades, onde aborda com propriedade a motivação. Apresenta muitas vezes sob a forma escalonada de uma pirâmide , afirmou que dentro de todo ser humano existe uma hierarquia dos cinco conjuntos de necessidades:

Necessidades fisiológicas: inclui, fome, sede, , sexo e outras.

Necessidades de segurança: inclui segurança, estabilidade e proteção contra danos físicos e emocionais. Necessidades de associação: incluía necessidades de interação social, afeição, companheirismo e amizade. Necessidade de estima: inclui fatores internos  de estima, tais  como  auto respeito, amor próprio, autonomia e realização; e fatores externo de estima, como status, reconhecimento e consideração. Necessidade de auto-realização: inclui crescimento, auto satisfação e realização do potencial humano. (MASLOW apud ROBBINS, 2002, p. 342).

Para Robbins (2002, p. 344) “(...) do ponto de vista da motivação” Maslow estava afirmando que, embora nenhuma necessidade jamais seja plenamente satisfeita, uma necessidade substancialmente realizada não mais motiva. Descobrir em qual nível da hierarquia a necessidade do individuo não foi completamente satisfeita, seria o caminho para descobrir o ponto de partida para a motivação  dessa pessoa. A fome e falta de abrigo, ambas no campo das necessidades fisiológicas, uma vez satisfeitas, liberam a pessoa a buscar satisfação para as próximas necessidades, até atingir o topo da Pirâmide da Hierarquia de Necessidades de Maslow.

Clayton (1969), por sua vez, apresentou a teoria ERC, e afirma haver três grupos de necessidades centrais: existência, relacionamento e crescimento. Alderfer condensou a pirâmide das necessidades de Maslow em apenas três degraus, pois para ele as necessidades do ser humano a serem satisfeitas poderiam ser classificadas como “Existenciais de relação e de Crescimento originando a sigla ERC.” As Necessidades de Existência abrangiam as fisiológicas  e de segurança. As Necessidades de relação para Maslow (1973) envolviam os desejos de relacionamentos, da interação com as demais pessoas, ressaltando a imprescindibilidade do homem de sentir-se como parte de um grupo, seja ele familiar, ou equipe de trabalho, amigos, e pessoas do sexo oposto. Por fim a auto-estima e auto-realização que podem ser observadas nos últimos degraus da pirâmide das necessidades proposta por Maslow, foram condensadas no topo da pirâmide de Alderfer (1969), por ele denominada como Necessidade de Crescimento.

Henry (1971), apresentou a teoria das “Necessidades Manifestas”, a qual ganhou destaque por apresentar novos componentes relacionados á motivação, com a direção e a intensidade. Sob a ótica de Murray desenvolveu-se o conceito de que um ambiente propício estimula várias necessidades no indivíduo, e isso remete ao campo da motivação. Murray não compartilhava as idéias de Maslow e de Alderfer quanto aos níveis de  hierarquia rígida, pois para ele não havia uma ordem preestabelecida de necessidades, pois estas poderiam se manifestar e se desenvolver no individuo de forma simultânea.

Em contraste direto com Maslow, Murray afirma que: A maioria das necessidades eram aprendidas, mais que herdadas, e que não eram ativadas por estímulos do ambiente de um individuo. Dessa forma, se um funcionário com grandes necessidades de realização apenas buscaria atender essa necessidade quando as condições ambientais fossem apropriadas (tais com quando lhe fosse um trabalho desafiador). (ROBBINS,2002,p.345).

Os estudos são abrangentes... No entanto, a teoria das necessidades apresentada pelos estudiosos mencionados tem sido considerado como úteis para compreender a base  motivacional de cada grupo. Busca-se saber como motivar ainda mais os trabalhadores, os alunos, sempre com o intuito de explorar ao máximo suas potencialidades e rendimentos. Para alguns, a motivação é algo natural, enquanto que para outros, precisam ser estimuladas, aprendidas e desenvolvidas. Entendem se então que a Motivação, de uma forma geral, é o que direciona o ser indivíduo, o que o impulsiona, e como a própria etimologia explica, move a pessoa, que não possui característica estáticas, como uma planta, mas é um ser dinâmico. A estagnação pode levar uma pessoa a recolher-se como uma perola dentro de uma ostra.                                  

A motivação é um dos fatores principais que determinam a conduta, a personalidade de cada aluno, afinal, o ato de aprender é ativo e não passivo, é visivelmente notável que a motivação do mesmo venha ser o elemento chave, para desenvolver a ampliação de desenvolvimentos com mais vontade e alegria.

HISTÓRICO DA MOTIVAÇÃO 

A motivação e seus efeitos na vida humana, bem como seu conceito, já foram objeto de análise no capítulo anterior deste trabalho, embora não tenha todo o tema exaurido. De acordo com Maximiniano (1997) a palavra “motivação” é usada com diferentes significados. Pode-se falarem motivação para “consumir, estudar, ganhar dinheiro, viajar e até mesmo para não fazer nada”. Em termos genéricos, a palavra motivação abrange as causas ou motivos que impelem determinado comportamento, seja ele qual for. Em conformidade com a assertiva supracitada, é compreensível porque a motivação tem sido tema de estudos de vários ramos do saber, principalmente da Psicologia e da Educação. Como explanado, a motivação despertou maiores interesses em estudiosos a partir do inicio do século passado, pois os processos da industrialização em nível mundial modificou o comportamento social, pois especialmente a respeito dos trabalhadores, pois estes, conforme foram notado, adquiriram uma postura submissa no trabalho e, por conseguinte, desanimada, fato este que implica diretamente no resultado final. Desta feita, as indústrias foram desfiadas a descobrirem a origem do problema com o intuito de solucioná-lo, buscando assim novas formas de liderar a massa trabalhadora, com o firme propósito de motivá-la no trabalho para que o rendimento não declinasse. Para o psicólogo Harry Levinson, um dos estudiosos acerca da motivação, “motivar o subordinado favoreceria a empresa” a qual lucraria e cresceria, e por conseguinte, proporcionaria aos empregados garantias de cargos maiores na mesma. Mas a revolução industrial foi apenas um começo para desperta-los dessa temática, pois logo outros teóricos apresentaram suas pesquisas e teorias, cada qual fundamentando seus argumentos a respeito do comportamento humano. Para maiores elucidação do tema torna-se imperativo citar algumas das teorias motivacionais desenvolvidas por grandes vultos da psicologia: As teorias homeostáticas desenvolvidas por Hull (1930) e, mais tarde, por Miller e Spencer (1950) essencialmente mecanicista, consideram que o sujeito é levado a agir por uma sucessão de relações estímulos-respostas sem que possa ele próprio agir sobre os elementos. Teoria psicanalítica, afirma que qualquer esforço para compreender a razão pela a qual as pessoas se comportam como tal, terá de considerar a motivação inconsciente , isto é, as necessidades irracionais escondidas abaixo do nível da consciência. A Maslow representa uma corrente denominada humanista ou da motivação para a realização, segundo a qual as motivações estão organizadas hierarquicamente. Tem a vantagem de salientar a importância dos elementos afetivos na orientação do comportamento; Teoria cognitiva de Rotter (1954), segundo a qual o comportamento resulta da necessidade do indivíduo e da expectativa de que esse comportamentos conduz a sua satisfação; os comportamentos defensivos ou desajustados resultam da existência de poucas perspectivas em realizar necessidades fortes. (online 2014) Um dos experimentos mais conhecidos e debatidos é o que se denomina Efeito Hawthorne, realizado com funcionários da fábrica Wester Electry Company, no bairro de Hawthorne, na cidade de Cicero, Llinois, nos Estados Unidos da América por volta de 1930. O pesquisador e professor Elton Mayo, de Harvard, fez parte desse empreendimento o objetivo inicial era descobrir o que favorecia um aumento de eficácia no trabalho, por parte dos trabalhadores, a partir da analise das condições materiais, horários, etc. Entretanto, qual não foi á surpresa, ao final, quando se verificou que o aumento da produtividade deu-se por conta da motivação individual que cada funcionário recebia, como atenção do superior hierárquico, muito mais do que por qualquer fator esterno, como ambiente, método. Assim, é de fácil compreensão a divisão didática que se faz acerca das teorias motivacionais, que são classificadas como extrínseca também conhecida como behavioristas ou comportamentais e intrínsecas. Pode-se ainda classificar as teorias da motivação estudando o conteúdo e o processo, a saber, o que motiva o comportamento e de que forma esse comportamento é motivado. 

INDISCIPLINA

Ao longo das eras, a humanidade tem se organizado em sociedade, visando á proteção, a subsistência e a própria existência. Para tanto, foram estabelecidas regras, normas de conduta e foram impostos limites com o intuito de garantir aos membros  do grupo os deveres e direitos que garantiriam a ordem do meio social. Sob essa ética, qualquer ato contrario as normas de condutas vigentes, estabelecidas pelo grupo e para o grupo, pode ser considerado como uma rebelião, um ato de indisciplina. A indisciplina tem sido apontada como fato gerador de violência, de insubordinação, como obstáculo para a educação. Muito se tem questionado acerca de sua origem, seus motivos e suas consequências. Dessa forma, é imprescindível conceituar o termo indisciplina, trabalho este que tem sido realizado por sociólogos, historiadores, psicólogos e educadores, com o propósito de compreender os problemas que assolam a sociedade como um todo e que tem alcançado as salas de aulas. Entretanto, não se pode fazer tal conceituação sem antes elucidar o que significa disciplina. Aurélio Ferreira (2000, p.239), por sua vez, também apresenta a disciplina como um regime de ordem imposta ou mesmo consentida, a ordem que convém no  bom funcionamento de uma organização, as relações de subordinação do aluno ao mestre, a submissão a um regulamento, bem como qualquer ramo do conhecimento, matéria de ensino.

Tal conceito se deve a origem etimológica do vocábulo disciplina (Instrução dada a um discípulo), do latim Discipulus, “aprendiz, aluno”, de Discipere, “analisar, captar intelectualmente”, formato por dis-, fora, de lado, mais capere, “pegar, agarrar, tomar”. Foi sob esse prisma que Garcia (2006, p.70) interpretou a palavra disciplina como oriunda de discípulo, o qual, segundo seu entendimento, seria: O indivíduo se apropriar de algo que lhe esta sendo mostrado e indicado, daí o sentido de discípulo como aquele que aprende.

Outrossim, explorou também o significado da palavra disciplina a partir da analise do termo latino disc, o qual seria responsável pela formação  de dois verbos: o verbo disco, “aprender, ensinar, tornar-se familiarizado” e o verbo discere, que segundo o autor acima mencionado forma o verbo capere, o qual traz o significado de “conhecer”. (GARCIA 2006, p. 70) Tendo como fulcro o entendimento acima exposto , é possível compreender o significado da indisciplina, bem como das consequências que esta acarreta aos grupos sociais estabelecidos e organizados, desde o menor e mais intimo núcleo, que é a familiar, até os demais. De uma forma geral, a indisciplina é um fenômeno social que tem se expandindo por todos os segmentos da sociedade. Muito comportamento nocivo tem sido atribuído à falta de disciplina do ser como ente social, em razão do não cumprimento de regras pré-estabelecidas. Desta feita, denota-se que um numero considerável de estudiosos do comportamento humano traz a ideia da indisciplina como sendo uma violação das regras estipuladas e a disciplina como obediência a um conjunto de regras, ordem e normas. De acordo com o dicionário Aurélio Ferreira (2000, p. 384) “a indisciplina é o procedimento, ato ou dito contrario a disciplina”. Para Magalhães (1989, p. 40) a “indisciplina não se define por si, a mesma surge como a negação de qualquer coisa, seja essa coisa norma ou padrão socialmente aceito ou regra arbitrariamente imposta”. Ademais, não há como definir um conceito de indisciplina sem considerar o meio social, a cultura desenvolvida em diversas épocas e lugares. Neste sentido, o seguinte entendimento: O próprio conceito de indisciplina como toda criação cultural não é estático uniforme, nem tampouco universal. Ele se relaciona com o conjunto de valores e expectativas que variam ao longo da historia, entre as diferentes culturas, numa mesma sociedade, nas diferentes instituições e até mesmo dentro de uma mesma camada social e organismo. Também no plano individual pode ter diferentes sentidos que dependerão das vivências de cada sujeito e do contexto em que foram aplicados (REGO, apud SANA 2004, p. 26-27).

É nesse sentido que se percebe que o conceito de indisciplina pode ser atribuído às condutas que, por si só, não são propriamente erradas, mas simplesmente por não serem elas realizadas da maneira como esperadas pela maioria do grupo. Se o planejado para a circunstância era o silêncio ou mesmo o mudo consentimento, e o que se observa são atos totalmente opostos a este desiderato tais atividades dão equivocadamente classificadas como indisciplina. Há muito se tem buscado compreender a origem da indisciplina, mormente em estudos envolvendo o seio familiar. A autoridade daqueles que detém a liderança de um grupo é sempre questionada sempre que o fenômeno indisciplina se manifesta. Questiona-se se as pessoas indisciplinadas, e que em geral mostram dificuldade de cumprir as normas e regras do grupo social, porventura sejam frutos de lares desestruturados, onde a influencia do poder familiar é nula ou então excessiva muito próxima do autoritarismo do que de autoridade salutar, a qual visa o ensino, correção, direção. A preocupação com a indisciplina do ser humano, desde sua tenra idade, se manifesta nas antigas culturas orientais: “Corrige o teu filho e te dará descanso, te dará delicias à tua alma” (Provérbios, 29: 17). Comportamento aprendido e largamente praticado em casa tem sido transferido para os diversos grupos sociais, dentre estes a escola, local onde crianças, adolescentes e jovens passam boa parte do seu tempo. É nesse contexto que o tema indisciplina escolar tem sido avidamente estudado. Ressalte-se que, apesar de toda a conceituação apresenta o fenômeno indisciplina escolar não é percebido sob uma mesma ótica pelos educadores e alunos. Uma resposta inesperada ou manifestada com o tom de voz diferente, ou mesmo um não cumprimento de uma ordem, podem ser considerados, por um educador, como atos indisciplinados, e não ser visto como indisciplina por outro professor, caso este venha a interpretar referido ato como uma forma pessoal do aluno se expressa, própria de sua personalidade ou mesmo como um resultado de um momento particular em que o aluno esteja vivenciando, como luto, perdas e problemas familiares.

A indisciplina nas escolas nasce do descumprimento de leis ou de normas. Portanto, a escola deve desenvolver a capacidade de cada aluno para que assim eles consigam trabalhar melhor seus pensamentos, suas habilidades de raciocinar, a partir de fatores básicos: afetivo, cognitivo e social.  

HISTÓRICO DA INDISCIPLINA

A indisciplina escolar tornou-se temática constante no âmbito escolar e tem atraído para si uma gama de pesquisadores, estudiosos que se lançam no desafio de descobrir sua gênese, bem como a solução para referido comportamento, o qual tem sido apontado como um dos fatores do baixo rendimento no aprendizado de crianças e jovens.

E cedido por grande número de pedagogos e teóricos, os quais se dedicam aos estudos da temática indisciplina escolar, que o referido fenômeno não é exclusividade da realidade nacional, ganhando assim, proporções dantescas, atingindo também o cenário internacional. O fenômeno da indisciplina escolar ganhou importância como objeto de pesquisa, de forma mais considerável, no recente século XX, mais precisamente a partir do ano de 1990, momento este que o estudo sobre o tema ganhou proporções consideráveis, e muitas obras foram publicadas com o intuito de compreender a causa e consequentemente o resultado da indisciplina no âmbito escolar.

A sabedoria popular, por vezes, traz correta interpretação de realidades vivenciadas pelos seres humanos, e com certas autoridade, revela o óbvio, pois afirma o adágio que “pior cego é aquele que não quer ver”. Dessa feita, negar a indisciplina é não querer enxergar o problema. Não obstante os intensivos, porem, não esgotados estudos acerca do tema, tem-se colhido conclusões diversas a respeito do tema ora em tela, pois cada pesquisador o analisa a partir de um prisma distintos e assim apresenta sua opinião.

Para alguns teóricos, o fenômeno da indisciplina escolar estaria ligado diretamente a fatores sociais, enquanto outros a percebem como resultado de conflitos familiares ou pessoais. Por fim, há aqueles que a indisciplina escolar estaria estritamente ligada a fatores morais.

Na obra de Durkheim (1974) aponta os principais pensamentos teóricos: A educação moral não deve se restringir a uma aula especifica, mas deve estar presente a todo o momento, estar integrada a toda a vida escolar, pois ela é parte integrante de toda a trama da vida coletiva. O desenvolvimento moral das crianças depende da ação dos adultos, dos pais e, sobretudo dos mestres na escola.

O mestre deve ensinar uma moral precisa, a de sua sociedade, com exemplos e modelos.”Não devemos formar as crianças em vista de moral que não existe, mas sim, em vista da moral como ela é ou tende a ser” portanto, o mestre deve impor uma determinada moral. Isto não significa dizer que não deva explicar as suas razões de ser; mas nunca pode abrir mão de sua posição de autoridade e, por conseguinte, será severo, inflexível no que tange a respeito dos alunos pelas regras ensinadas.

Jean Piaget (1994) apresentou em seu trabalho:

O juízo moral da criança, no ano de1932, conceitos que relacionavam a disciplina com a moral, e esta por sua vez não seria imposta, mas sim assimilada e internalizada pela a própria criança, a partir da compreensão desta, da cooperação, do respeito e do conceito de certo e errado. Nesse sentido, afirmou que a ação social só será eficaz se o sistema puder assimilá-la e reconstruí-la internamente. “Toda Moral é um sistema de regras e a essência de toda moralidade consiste no respeito que o indivíduo adquire por tais regras” (Piaget 1994, p.23) Avançando um pouco mais no tempo, o teórico brasileiro Julio Groppa Aquino (2000) também se dedicou ao estudo da temática em analise, e em sua obra “Do Cotidiano Escola” asseverou: A indisciplina seria, talvez, o inimigo do educador atual, cujo o manejo as correntes teóricas não conseguiriam vislumbrar de imediato, uma vez que se trata de um fenômeno que ultrapassa o âmbito imediatamente o didático-metodológico, isto é, algo imprevisto ou ate suspeito no ideário das diferentes teorias pedagógicas”. (Aquino 2000, p.83) Mas para Aquino (2000, p.89) a indisciplina também poderia ser analisada por intermédio de um olhar psicológico, tratando então de um resultado da carência psíquica infra- estrutural, porque a questão do comportamento indisciplinado estará, na visão do autor, inevitavelmente associada a idéia de estruturação psíquica do aluno indisciplinado. Ainda que são esgotados todos os conceitos e observações acerca da historicidade do estudo da indisciplina, os autores retro mencionados dão base suficiente para que se compreenda que a indisciplina tem sido um dos comportamentos do homem mais estudado, uma vez que sua atuação reflete diretamente nos grupos sociais e suas consequências permeiam toda a sociedade hodierna. Outro sim, arrisca-se comentar que muitos estudos acerca do comportamento indisciplinado do ser humano, seja ele criança ou adulto, certamente ainda são elaborados, e farão parte, futuramente, da estatística e da historia da indisciplina.

 A INDISCIPLINA COMO PARTE DO DESINTERESSE DO ALUNO EM RELAÇÃO AO CONTEÚDO.

 Como objeto do estudo do presente trabalho, muitos se tem comentado sobre a indisciplina, seu conceito e consequência no meio social, e em especial, na escola. Embora muitas possam ser as causas apontadas para a origem da indisciplina escolar, alguns estudiosos do tema em questão são unânimes ao afirmar que o desinteresse do discente em relação ao conteúdo ministrado pelo o educador, em sala de aula, resulta num quadro comportamental indesejado de seus alunos, os quais são classificados, muitas vezes, como rebelde e indisciplinados. A partir dessa visão os teóricos buscam desenvolver conteúdos e métodos que respeitem a individualização de cada aluno, suas necessidades, suas características. Para esse estudiosos, é imprescindível conhecer o que motiva a aprendizagem de cada pessoa, bem como utilizar esse conhecimento para despertar e manter esse interesse pelo saber. Assim, o aluno interessado se tornaria mais participativo, cooperando como processo do ensino-aprendizagem, não havendo espaço para a indisciplina. Imprescindível ressaltar que outras causas são, constantemente, apontadas pelos estudiosos do tema, as mais diversas possíveis de se imaginar. Não menos importante os valores apresentados diariamente na mídia, onde novos modelos de ídolos, heróis, enfim, modelos de admiração, inspiram jovens e crianças, levando-as a uma visão de que o estudo, a educação, o conhecimento não possuem o condão de levá-los a um status melhor, a um futuro promissor. Não raro se vê a mídia promovendo atores, cantores, atletas, cujo o sucesso poderá ser alcançado em pouco tempo, sem esforço, sem estudo. Enfim, é difícil competir com o aparelho celular, o computador e a internet. Mas o Estado não esta ausente de culpa nesse processo. Cada vez mais a educação no Brasil esta desvalorizada, o profissional se encontra por vezes despreparados, o ensino é de péssima qualidade. O aluno estuda anos e anos e pouco aprende. Nesse ponto, é difícil manter a motivação do educando e do próprio educador. A efetividade do professor não é algo tão simples de se trabalhar, porque não depende exclusivamente da vontade deste. Outros fatores devem ser considerados: a preparação do profissional da educação, somadas a sua vocação e escolha para o desempenho do magistério, o desempenho do professor, as experiências dos alunos, entre outros. A estes fatores, outros devem ser considerados: “O treinamento especifico para ensinar proporcionado ao professor, no contexto externo da escola (aspectos físicos, serviços de apoio, meios e materiais disponíveis para ensino, relações da escola com a comunidade), o contexto interno (características da classe especifica: numero de alunos, capacidade media, grau de heterogeneidade, propriedades sócias-métricas) e características individuais dos estudantes (capacidade, interesses, valores, e outros fatores pessoais) que diferenciam um aluno do outro” (PFROMM, p.147). Então, não é difícil afirmar que, estando presentes todos os elementos retro mencionados no cotidiano escola, pode-se contar com professores efetivos, que teriam, por sua vez, condições de conduzir uma classe de aprendizes e, no processo do ensino, satisfazer tanto as necessidades coletivas quanto as individuais dos alunos, afastando assim o fantasma da indisciplina escolar. Entretanto, em que pese a imensa e admirável carga de responsabilidade do educador, é certo que ele não poderá suportar, sozinho, todo o peso dessa incumbência, deixando livre a sociedade de tão grande tarefa. Somente quando se analisa o comportamento dos grupos sócias é que se poderá ter real consciência da situação vigente. A indisciplina não ocorre somente no interior das instituições educadoras, bem como não é ali que ela se origina.

Philippe Perrenoud. aborda a discussão acima com muita propriedade: Parece cada vez menos razoável negar a dimensão educativa do trabalho docente, mas seria tão absurdo quanto injusto esperar dos professores virtudes educativas infinitamente maiores do que as da sociedade que lhes confere a incumbência de ensinar. A violência, a brutalidade, os preconceitos, as desigualdades, as discriminações existem, a televisão exibe isso todos os dias, em uma sociedade em crise e que tem vergonha de si mesma, a educação é um exercício de equilibrista. (Perrenoud, 2000, p.142) É nesse sentido que, infelizmente, as salas de aulas também se transformam em palcos onde a mesma violência e indisciplina, bem como a intolerância as normas estabelecidas, representam seus papeis que desempenham na sociedade. Como esperar obediência de um aluno que não obedece a seus pais, avós, enfim, por seus tutores legai? A figura de uma autoridade não desperta o temor reverencial que antes evocava nas pessoas. O professor é visto tão somente como um empregado do estado, que ganha para estar ali, e nada mais se espera dele. Não há mais a figura do mestre, do exemplo a ser seguido, imitado, admirado. Alias, esse papel tem sido transferido para as celebridades, artistas, ou mesmo para anti-heróis, para aquele que comandam o trafico, o “fora da lei”. Não há como ocultar, mesmo das crianças, a violência urbana que a rodeia. São comuns conselhos familiares dos seguintes tipos: não converse com estranhos, bem como não aceita nada deles, não descuide de seu aparelho celular, não use muitos adereços que despertem a cobiça de eventuais delinquentes, etc. E dessa forma, cria-se um clima de constante insegurança, tanto física como emocional. Esse clima não desaparece dentro da sala de aula, nem no pátio da escola. Não há nada que intimide os agressores. A escola deixou de ser um porto seguro, para ser apenas mais um lugar onde se combate a violência, a injustiça, muitas vezes, com armas desiguais.

“Ninguém pode aprender se teme por sua segurança, sua integridade pessoal ou simplesmente por seus bens. Habitualmente, evocam-se nos meios de comunicação certas escolas em que a violência toma formas estremas, tanto da parte da instituição (castigos físicos, sadismo) quanto dos alunos (chantagens, extorsão, estupros). Essa violência é manchete, fascina e amedronta. Quando alguns alunos temem, no cotidiano que outros mais fortes lhes roubem o dinheiro do bolso, seus pertences ou sua jaqueta, a violência já está presente. Tal fato provoca revolta, porque os culpados frequentemente ficam impunes.” (Perrenoud, 2000, p.143, 144) Combater toda a forma de violência dentro e fora de sala de aula é tarefa também do educador, mas essa tarefa se torna árdua e muitas vezes se mostra inútil, tendo em vista que as palavras, por si só, não possuem a mesma força que as ações.

Perrenoud assevera: Os professores não podem contentar-se em lembrar que “a violência não compensa”. Alguns de seus alunos assistem todos os dias a confirmação dessa tese, ao passo que outros vivem a demonstração inversa. Os efetivos escolares difíceis já viram demais para ainda acreditar em contos de fada. Os professores das zonas de alto risco dizem habitualmente que se chocam contra um muro na comunicação: os valores humanistas que eles defendem nada evocam no espírito de uma parte de seus alunos. (Perrenoud, 2000, p.145) Assim com base nas informações aqui esposadas, é de se considerar que a indisciplina escolar é fruto de uma soma de fatores: da sociedade em crise, das famílias desestruturadas, do profissional da educação desestimulados, não efetivo, descompromissado com a função primordial de educar. “A indisciplina na escola pode ser individual ou coletiva. A indisciplina coletiva se manifesta em grupos menores ou maiores, em uma turma ou em toda a escola. As causas de indisciplinas estarão: a) no aluno; b) no professor; c) na escola; d) no meio social.” (Oliveira, 1968, p.92). Mesmo com tantas fontes indicando a gênese do fenômeno da indisciplina escola, tal ciência não indica muitas vezes a solução, contudo, é a partir dessa consciência que se pode buscar minimizar os conflitos produzidos por essa nova maneira de conduzir o mundo. “A agitação política e social, de determinados períodos de vida das comunidades, das pequenas e das grandes, influi na disciplina escolar. Ideologias subversivas, movimentos coletivos de desapreço a autoridades constituídos refletem-se no meio escolar, propiciando o clima de balburdia, nem sempre controlável. Ainda a crescente abdicação das famílias nos filhos deu as escolas responsabilidades para as quais ela não estava preparada.” (Oliveira, 1968, p.92) O que não se pode mais tolerar é que o mestre conduza uma sala de aula de maneira tal que sua presença pouca diferença faça, ou então, que ele se mantenha alienado aos motivos que originou a indisciplina. Afinal, é para lá que ele dirigira boa parte dos dias do ano letivo, e aos alunos que ali estão não escolheram a indisciplina como regras de vida, mas para ela foram conduzidos, seja de forma progressiva ou abrupta. 

A MOTIVAÇÃO E A INDISCIPLINA NA VISÃO DA ESCOLA

Ao conceituar-se motivação e indisciplina, torna-se possível notar a relação estreita entre esses dois fenômenos, já tão estudados e comentados por educadores, psicólogos e sociólogos. A partir do entendimento de que o ser humano motivado aprende mais e melhor, que se chega a temática do presente trabalho, a qual busca apresentar a visão contemporânea dos teóricos de que a indisciplina pode e deve ser combatida por meio da motivação. Busca-se, de fato, alcançar a excelência no processo ensino-aprendizagem, e para alcançar tal desiderato, todo e qualquer recurso que propicie a facilitação ou o resultado desse objetivo é bem vindo. Dessa feita, família, escola, estado, enfim, toda a sociedade tem envidado esforços lançado mão de todo conhecimento que possa facilitar trilhar o caminho da educação escolar, tanto para pedagogos como para os educando. Foi-se o tempo em que o centro das atenções em uma instituição de ensino concentrava-se na figura do mestre, pois agora, não há como negar, o aluno tomou tal posição. Outrora, o conceito de uma sala disciplinada restringia-se em alunos absolutamente quietos, silenciosos, cuja a participação resumia-se em responder aos questionamentos do professor. Hoje, um aluno que apresenta tal perfil, facilmente seria considerado como portador de alguma deficiência , seja ela carência emocional, ou mesmo uma patologia. Por outro lado, um aluno agitado, perturbador da ordem, questionador, poderia ser considerado como indisciplinado em tempos remotos, mas não no contemporâneo quadro escolar, pois tal comportamento seria uma indicação de que o aluno está insatisfeito, desmotivado, e busca sanar essa insatisfação chamando a atenção para si ou mesmo tratando com descaso seu mestre e colegas.

“É presumível, portanto, que uma nova espécie de disciplina possa despontar em relações orientadas desta maneira: aquela que denota tenacidade, perseverança, obstinação, vontade de saber. Anteriormente, disciplina evocava silenciamento, obediência, resignação. Agora pode significar movimento, força afirmativa, vontade de transpor os obstáculos. Disciplina torna-se, então, vetor de rebeldia para consigo mesmo e de estranhamento para com o mundo – qualidades fundamentais do trabalho humano de conhecer”.(Aquino,1996 p.53)

A psicologia cita duas fontes de motivação, as quais são de fácil compreensão, mesmo para leigos do tema: a Extrínseca, que corresponde ás recompensas e sanções que terceiros empregam para motivar o aprendiz, no caso em momento, o aluno, e incluem prêmios, aprovação social, influencia do grupo, elogios (muitas vezes, essa pratica já vem do próprio lar do aluno); e a intrínseca, que é a satisfação plena da pessoa, desejar e sentir-se capaz, ate mesmo a oportunidade de identificar-se com alguém idealizado ou valorizado pelo aprendiz (seus pais, mestres, amigo etc.) A participação do educador no processo da motivação não é menos importante. Questiona-se também sua responsabilidade no tocante a disciplina ou indisciplina de sua classe. Teria ele alguma culpa ou participação direta na situação? O educador é o profissional que se dedica á atividade de, intencionalmente, criar condições de desenvolvimento de condutas desejáveis, seja do ponto de vista do indivíduo ou do ponto de vista do grupamento humano (Candau 2005, p.26).

Ressalte-se que o conceito de educador difere totalmente do que já foi proposto e aceito pela sociedade, desde sua formação. A imagem de senhor absoluto, dono da verdade, autoridade máxima contra a qual não se pode contestar, tem sofrido uma metamorfose em razão dos reflexos das mudanças ocorridas dentro da própria sociedade, a começar

pela transformação de grupos menores, como família. Por vezes, o educador tem sido chamado a ser muito mais que um sujeito capaz de transmitir conhecimentos teóricos acerca de matérias. O professor é, acima de tudo, um formador de opiniões, um agente político. Passa de algo que se assemelhava ao trabalho de um adestrador para exercer um trabalho de líder libertador, e dessa forma, um motivador.

O reflexo da sociedade, formada pelos mais variados grupos – de amigos, do bairro, familiares, - adentram nas salsa de aulas, juntamente com os educandos, independente de idade ou de classe sociais, sob a forma de conflitos, os quais seriam agentes que contribuem de forma significativa para a indisciplina no ambiente escolar, especialmente na sala de aula. Assim, analisando a indisciplina sob o enfoque social, o aluno chega em sala de aula desmotivado em consequência de suas próprias experiências vividas em sua casa. Conflitos familiares , lares destruturados, pais que pouco atuam como educadores, não impondo mais limites a seus filhos, crianças e jovens educados pela “baba eletrônica” a televisão, que apresenta programas cada vez menos educativos. No que tange ao fator disciplina, as respostas foram expressivas em revelar que o comportamento agressivo dos alunos, a “falta de educação familiar”, bem como a falta do interesse dos familiares em acompanhar o desenvolvimento escolar dos filhos.

Para Zagury (2006, p.89), isso demonstra que a falta de limites na família tem gerado como consequência negativa a incivilidade e falta de responsabilidade pessoal e social. Nas palavras da autora, “a família abriu mão de seu papel essencial de geradora de ética e de primeira agencia socializadora das novas gerações”    

Não é difícil chegar ao consenso de que o atual modelo de educação familiar utilizado pelos pais afeta também o comportamento desses jovens e crianças que agem no grupo social escolar como se estivessem em suas próprias casas, não sujeitos a algum tipo de autoridade e ordem. É preciso rever, com urgência a questão da autoridade e dos limites (ai compreendidos como a relação equilibrada entre direitos e deveres dos alunos) dentro do contexto família-escola, sem o que dificilmente poderemos alcançar o objetivo “qualidade na educação”. A instituição escola precisa reencontrar-se com seu papel de autoridade, sem que isso represente autoritarismo. O professor necessita ter o apoio e a sustentação da sociedade para concretizar uma ação socializadora. É certo, porem, que a disciplina em sala de aula almejada pelo o professor não se traduz aqui no modelo dos séculos passados, no qual o aluno entrava “mudo e saia calado”, mas sim naquela baseada na ordem, no respeito, onde se possa ouvir e ser ouvido.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A educação brasileira passou por consideráveis mudanças nas ultimas décadas e todas geraram expectativas de sucesso, de melhores resultados no interminável processo aprendizagem. Imperativo reconhecer que, em que pese todos os esforços, todas a s teorias desenvolvidas para compreender o melhor caminho a se trilhar no campo pedagógico, a missão do educador em nosso pais tem encontrado inúmeras barreiras que dificultam ainda mais sua tarefa, já reconhecida como “não tão fácil” de executar.

No segundo capitulo, procurou-se demonstrar que, dentre tantas outras causas para a afetiva indisciplina escolar que desfigura a face da educação brasileira, a falta de motivação, seja ela do aluno ou professor – ou ambas em conjunto, pode ser um dos grandes vilões que comprometem o  trabalho pedagógico. Verificou-se também que a motivação para a aprendizagem está ligada diretamente a vários fatores, muito dos quais o professor da sala de aula não tem o controle.

No terceiro capitulo, abordou-se sobre a motivação e a indisciplina na visão escola e dos teóricos que pesquisam sobre o assunto; aqui falou-se da desmotivação dos educandos logo no inicio, outros por sua vez, embora motivados no principio, terminam por apresentar um quadro de desinteresse pela a aprendizagem.

Foi possível constatar que todos possuem sua parcela significativa de culpa no que a motivação escolar, mas que essa culpa se torna ainda maior se nada for feito de concreto e respeito de alterar essa situação. Assim todos estão envolvidos no processo, e não somente o aluno ou o professor. A família, o estado, a sociedade em geral devem manter-se cientes de que o ensino pode ser melhorado, a disciplina na sala de aula pode ser mantida, a motivação pode vir a ser redescoberta e mantida acesa, a fim de servir de combustível no processo ardoroso da busca do conhecimento e do saber.   

Impossível jogar a responsabilidade só no professor, na escola, na criança, no adolescente ou só na família, no grupo social no qual o discente está inserido, o ideal será também que houvesse um menor numero de alunos em sala, facilitando o trabalho individual com os mesmo.

Entretanto a disciplina escolar pode ser conquistada quando todos exercerem de forma afetiva aos seus papeis, quando a escola recuperar sua posição, há tanto perdido, de um local destinado a contribuir para formar cidadãos aptos a conviverem em sociedade organizada, cientes de deveres e direitos. A escola não faz mágica. Nem o professor. Tão pouco o discente. É um trabalho hercúleo de todos.

A maior tarefa sem duvida, é de motivar o indivíduo para a vida. Motivação é, sem duvida, uma das ferramentas que pode e deve ser usada no trabalho diário do mestre, a começar por ele mesmo. A disciplina será um bom futuro a ser colhido, que por sua vez, guarda uma semente para que outra geração possa dela desfrutar.                          

Percebeu-se na pesquisa empírica, que existem muitos fatores que influenciam o contribuinte para que a indisciplina aconteça na sala de aula e no ambiente escolar em geral. Notou-se também que há varias formas de desenvolver bons trabalhos em prol de melhores condutas disciplinares, são eles: através da motivação, gerando, portanto ambientes mais agradáveis, alunos mais interessados, professores animados e ambos abertos, ás inovações que permitem a educação nos dias atuais. Recomenda-se portanto que a escola promova atividades diversificadas através de projetos que envolva pais, alunos, professores e equipe gestora de forma preventiva a indisciplina, suas concepções de limites, de autoridade e compromisso que cada um tem, junto ao Projeto Político Pedagógico, em busca de valores e princípios, fazendo com que o educando aceite a disciplina como processo natural e fundamental para seu crescimento pessoal. Para tanto a indisciplina pode e deve ser combatida por meio da motivação, já que a mesma ativa e desperta o organismo dirige-nos para um alvo particular e mantém o organismo em ação.